Temos passado a ultima semana numa aldeia de pescadores e "empresarios" de ocasiao: ao longo de uma imensa baia as cabanas espreitam entre os coqueiros - para la da linha da frente uma selva que sobe as montanhas -, e alguns "restaurantes" avancam com mais audacia sobre o areal que ao fim do dia, quando a mare baixa, se transforma num campo de cricket, desporto nacional.
A essa hora, e quando o calor ja nao e tanto ha uma especie de peregrinacao dos "inquilinos" temporarios ate uma pequena baia adjacente, anfiteatro natural, para assistir a cada por do sol mais lindo que o anterior. No caminho cruzamo-nos com as mulheres dos pescadores, que entram na agua com os seus saris coloridos para se despedirem, e "refrescar acidentalmente".
Ha vacas por todo o lado, e como divindades que sao passam o dia deitadas ao sol ou a caminhar lentamente, quando nao vao ao mercado servir-se de fruta, ou se estacionam caprichosamente no meio da unica estrada de alcatrao.
Na vila ja nos chamam pelo nome e um gato e assiduo no nosso alpendre. A noite ouve-se musica baixinho e as ondas a rebentar, som de que tinhamos saudades, e que por outras paragens nao soava tao familiar porque ate agora todos os mares pareciam piscinas.
Estranhamente nao ha muitas estrelas no ceu, nos que julgavamos terem sido elas a trazer as caravelas ate aqui. Mas sobre as mesas postas na areia ao longo de toda a praia, e a volta delas em covas, cintilam velas, milhares.
Todos os dias dizemos amanha vamos embora, mas quando acordamos deixamo-nos ficar. Sem dar por isso 3 dias transformam-se em 7...